Quantos anos a Beatriz Bueno tem?

Uma das perguntas mais pesquisadas no Google é: “Quantos anos tem Beatriz Bueno?”

Apesar do rostinho que ainda rende pedidos de RG pra provar que tem mais de 16 anos ao viajar de ônibus. Beatriz Bueno Avelino tem 27 anos em 2025.

Nascida em 24 de novembro de 1997, na zona leste de São Paulo, é filha parda de pai branco e mãe negra, e tem duas irmãs. Desde a adolescência, desenvolve estudos sobre raça e feminismo de forma independente. Aos 15 anos, em 2013, iniciou sua trajetória intelectual nas temáticas étnico-raciais, e desde 2017 realiza pesquisas acadêmicas na Universidade Federal Fluminense (UFF), com foco na multirracialidade e nas experiências de racialização vividas por pessoas pardas.

O primeiro projeto institucional ligado à sua produção foi o “Identidades Cinzas”, desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – PIBITI/PIBINOVA, promovido pela Agência de Inovação da UFF (AGIR). Esse projeto foi essencial na consolidação empírica da proposta do Parditude, conceito central de sua atuação como pesquisadora e comunicadora.

Na pesquisa, foram coletadas 280 respostas de pessoas autodeclaradas pardas, oriundas de diferentes regiões do país. Os dados revelaram os desafios enfrentados por essa população ao lidar com uma identidade racial frequentemente posicionada à margem dos paradigmas binários de “negro” e “branco”.

Principais resultados:

  • 57,5% dos participantes relataram já ter sido vítimas de racismo;
  • 30% não souberam afirmar com certeza se já haviam passado por situações racistas;
  • 12,5% declararam nunca ter vivenciado episódios de racismo;
  • 84,3% relataram sentir medo ou inibição ao declarar sua identidade racial como parda.

Além dos dados quantitativos, a pesquisa reuniu depoimentos qualitativos que abordam experiências de humilhação, dúvidas externas, exclusões e constrangimentos relacionados à identidade racial. Esses relatos revelam a necessidade de ampliar o debate sobre pertencimento e autoafirmação no contexto da luta antirracista no Brasil.

Diante dos resultados, Beatriz defende que pesquisadores, intelectuais e agentes culturais comprometidos com a transformação social devem se posicionar de forma ativa na superação dos modelos teóricos que invisibilizam os pardos ou os enquadram exclusivamente como negros, sem considerar suas especificidades históricas, políticas e subjetivas.

Em 2023, Beatriz publicou o artigo “Impedidos de Entrar em Wakanda” no InterCom, o maior congresso de ciências da comunicação da América Latina, e concluiu sua monografia de graduação intitulada “Parditude, Mestiçagem e Identidade no Brasil: Uma Crítica à Rigidez Binária e suas Implicações para a População Parda” — trabalho que fundamenta boa parte das reflexões que compartilha atualmente.

Em 2025, ela segue sua trajetória acadêmica no programa de pós-graduação em Cultura e Territorialidades da UFF, onde desenvolve o projeto “Mulato” e “Mulata”: uma análise genealógica a partir de fontes documentais. A pesquisa investiga os sentidos históricos, simbólicos e políticos desses termos no contexto lusitano, e busca compreender suas disputas contemporâneas.

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