Resgatando leoPardos do limbo racial

O 1º projeto antirracista do Brasil com foco em pautas multirraciais, por Beatriz Bueno

Sobre o projeto

Parditude é um projeto de pesquisa e uma comunidade que busca somar forças ao Movimento Negro, integrando as experiências multirraciais à luta antirracista no Brasil. O objetivo é abordar as especificidades das vivências mestiças, tanto no âmbito subjetivo quanto nas dinâmicas familiares, promovendo uma interseccionalidade que amplie o diálogo e fortaleça a inclusão.

O que defendemos

Parditude nasceu para responder a questões essenciais:

Como conciliar a busca por justiça racial com a valorização da multirracialidade?

Como evitar a perpetuação da ideia eugenista da hipodescendência, que apaga e nega as experiências multirraciais e ainda sim atuar de forma antirracista?

Defendemos uma abordagem que reconheça a experiência multirracial sem fragmentação ou invisibilização. Somos contra mentalidades de branqueamento, por isso acreditamos na importância de resgatar memórias indígenas e africanas que compõem nossa história e identidade e foram massacradas ao longo da história.

Nosso compromisso é com uma visão antirracista que contemple a diversidade e o contexto único do Brasil, promovendo a união entre pretos e pardos. No entanto, questionamos a hipodescendência como única forma de estabelecer essa união, pois ela pode apagar as complexidades das vivências multirraciais.

Parditude busca somar à luta por igualdade racial, ampliando o diálogo e construindo caminhos inclusivos e transformadores.

Nossa Causa

Vivemos, hoje, uma polarização no debate sobre questões raciais. De um lado, movimentos mestiços de direita negam a existência concreta do racismo, desconsideram o impacto das ideologias de branqueamento e se posicionam contra políticas afirmativas, como as cotas raciais. De outro, o movimento negro de esquerda, com sua relevante e histórica luta contra o racismo, adota a hipodescendência como solução única, desconsiderando a complexidade da realidade multirracial do Brasil, o país mais miscigenado do mundo.

Essa abordagem tenta implementar modelos monorraciais nos quais somos apenas brancos, indígenas ou negros, validando categorizações rígidas e puristas que não correspondem à diversidade multifacetada da nossa sociedade.

Nesse cenário, os corpos híbridos se tornam alvos de disputas. Muitos pardos enfrentam, além do racismo já comprovado estatisticamente, crises de identidade, exclusão e uma sensação constante de não pertencimento. Além disso, sofrem injustiças, como recusas em bancas de heteroidentificação, que frequentemente desconsideram a complexidade de suas vivências e seus fenótipos ambíguos.

Parditude surge como uma proposta de vanguarda para mostrar que é possível reconhecer e valorizar os corpos mestiços sem abrir mão de uma luta séria e comprometida contra o racismo. Nosso propósito é construir um caminho que acolha a pluralidade de experiências e promova uma justiça racial inclusiva e transformadora para todos os grupos.

Nosso impacto pelo Brasil

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